A jornalista e escritora Elisa Mattos lança em Brasilia, seu terceiro livro autoral – “VÍRUS – medo, solidão e desprezo por corpos negros”, publicado pela Editora Telha, obra que reúne crônicas que destacam, na sua maioria, os conflitos individuais e coletivos e os reflexos sociais e políticos durante o período da pandemia da Covid-19 no cotidiano brasileiro.
A obra, que teve lançamento nacional durante a Flip 2025 – Festa Literária Internacional de Paraty, no último dia 31 de julho, foi centro de uma mesa de conversa, “Quando a palavra cura: racismo,saúde mental e potência negra”, onde Elisa esteve ao lado do filósofo e psicanalista Renato Noguera; do professor de literatura da UFRJ, Henrique Marques Samyn; e da doutora em Psicologia, Diana Malito.
O prefácio de “Vírus” é do jornalista, escritor e biógrafo Tom Farias, autor de “Carolina , uma Biografia” e “Toda Fúria”. No texto de introdução, ele resume:
“Diante da brutalidade da desgovernança reinante no país, do desinteresse das autoridades pela básica necessidade de salvar a humanidade, sobretudo a que existe em nós, Elisa Mattos obtemperou numa linguagem simples e direta, embora cheia de angústia e dor, as “nossas mortes pretas de cada dia”. Suas crônicas, ao contrário da falta de amor e compaixão, são lenitivos, bálsamos que embelezam nossos sentidos, nos dão razão para acreditar no sobrevivente próximo – e em nós mesmos, nas nossas forças e atitudes.”
Na apresentação do livro, a Editora Telha também destaca:
“Medo, solidão e desprezo por corpos negros. Essas não são metáforas. São políticas. E têm estrutura, têm história, têm continuidade. ‘Vírus’ denuncia as camadas de violência que atravessam o cotidiano da população negra no Brasil. É um livro que expõe, com clareza e coragem, o quanto o racismo opera como sistema de exclusão e morte. Leitura para quem entende que viver em sociedade não é o mesmo para todos e nunca foi.”
O livro já está disponível no catálogo da Editora Telha online. O acesso pode ser visto através deste link, onde há a compra em preço promocional.
O livro reúne uma série de crônicas sobre pensamentos, ideias e conflitos do período pandêmico sob o recorte racial. Ao todo, a obra perpassa o “pré-pandemia”, em 2019, incorpora os efeitos dos dilemas no período de término da pandemia, ao cursar do ano de 2022.
“Quando a pandemia chegou, a rotina por aqui já não era nenhum mar de rosas. As vítimas da desigualdade já agonizavam nos hospitais públicos. Os profissionais da saúde, da educação, das artes, das diversas áreas de produção já penavam por respeito. A fila dos desempregados e dos desesperados já era infinita. Mães pretas já choravam as mortes de seus filhos alvejados feito passarinhos nas caçadas noturnas dos armados. O racismo assassino não dá trégua há 500 anos, e seus adeptos estão sempre a postos, à espera de uma brecha para dar as caras. Enfrentar essa legião de olhos vermelhos é a rotina dilacerante de grande, enorme, parte da população brasileira não reconhecida como cidadãos”, em um trecho de um dos capítulos da obra.
Bio
Escritora e Jornalista, Elisa Mattos com especialização em Jornalismo Político; Pesquisadora do Núcleo de Escritoras Pretas Maria Firmina dos Reis, do Instituto de Letras da Universidade de Brasília.
Foi também autora do livro “Meu Reverso”, finalista do prêmio Maria Firmina dos Reis em 2021. É também coautora em 15 coletâneas,nacionais e internacionais. Entre elas “Cadernos Negros 45”, série referência na literatura afro-brasileira, publicada pela editora Quilombhoje; “Oralidade agora se escreve” e “Desarquivado”, ambas pela editora Revista África e Africanidades.
Seu próximo livro de poesia, “Encruzilhadas – reflexões sobre o amor, racismo e melindres”, pela editora Iluminuras, está no prelo, com lançamento para 2026.
Serviço

Lançamento: 17 de outubro (sexta-feira), das 17h às 21h30 (horário de Brasília).
Local: Livraria da Vila – Brasília Shopping SCN; Quadra 05 – Asa Norte – Brasília /DF.
Entrada: Franca.