Em mais um dia de atividade no projeto de extensão feito pela JP com a UFRJ, o acadêmico liderou um debate que traçou historicamente da Antiguidade até os dias atuais o processo da hiperdigitalização mundial e o que ela resulta em todos nós
O curso “Diversidade, inclusão e novos formatos no jornalismo pós-cultura digital” recebeu nesta sexta-feira (12) o especialista e doutor Deivison Faustino, que conduz o encontro “Colonialismo Digital: Por uma crítica Hacker-Fanioniana”. Ele, parte da iniciativa que a Rede Jornalistas Pretos em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) produz desde março último, trouxe como tema os impactos da digitalização na sociedade atual, tanto no Brasil como no mundo.
Dentro deles, Deivison focou em um conceito específico: o de colonialismo digital, no qual desdobraremos melhor nos parágrafos seguintes, e os efeitos producentes dele no mundo contemporâneo. Isso, claro, em distintas esferas. O encontro promoveu um reflexivo e imersivo efeito nos presentes, que acompanharam uma aula traçadora de um panorama histórico desde os séculos 17 e 18 acerca das teorias de comunicação e tecnologia simbioticamente, passando pela revolução dos meados da era 1900’s com a difusão da internet, até a realidade atual, hiperconectada nas redes sociais.
O acadêmico iniciou a aula traçando um paralelo de como a Antiguidade enxergava a tecnologia por meio de alguns teóricos e se tais “impressões”, assim digamos, conversam com os caminhos que um mundo cada vez mais hiperdigitalizado tomou. Deivison pontua que desde pelo menos o século 18 já haviam artigos e teorias que se, ao menos não mostravam com exatidão que rumos uma sociedade ultratecnológica teria, apresentavam um grande interesse de estudiosos acerca da temática. Ele declara, comparando as obras de tais pensadores, que havia um senso quase comum de que a tecnologia tornaria o homem mais livre, inteirado de si e com o meio ao seu redor, sem se prender a amarras do que era chamada “natureza pura”.
Tal discurso se intensificou nas décadas seguintes, e a partir da primeira metade do século 20 as visões em torno do assunto ganharam mais coro neste sentido, sobretudo com as 1ª e 2ª Guerra Mundial, a corrida espacial, tecnológica e bélica da Guerra Fria e o advento das mudanças em massa dos meios de comunicação — primeiramente com a difusão do rádio, depois com a chegada da televisão e, algum tempo após, a internet. Esta última, em específico, excerto latente do tema central da aula e da discussão proposta, foi ponto focal de análise por parte de Deivison, que deu amostras de como a rede mundial de computadores era vista como um incentivo à um mundo mais democrático e encorajador às pessoas se conectarem, conhecerem e viverem de maneira mais livre.
Porém, apesar da proposta inicialmente se cumprir, tudo não passou de mera ilusão com a passagem do tempo, segundo o doutor e acadêmico. Neste momento da aula, Deivison mostra como a ideia de “descentralização”, conforme o mundo digital foi crescendo, ganhando usuários e rendas financeiras, foi se diluindo a um espaço cada vez mais dominado e privativo sob a égide dos donos de grandes big techs que coordenam tais redes operantes neste meio. Esta liderança acaba criando um lugar falsamente livre, no qual, apesar de a priori os internautas se sentirem abertos a postarem o que quiserem, todos acabam tendo de seguir regulamentações próprias de cada aplicativo, são bombardeados por conteúdos otimizados para se parecerem com os usuários e estão à mercê de um tópico chave, ressaltado pelo especialista por toda a aula: o compartilhamento dos dados, que geram cada vez mais e mais lucro para tais empresas de grande porte e os magnatas que as lideram.
“O que dá vida à internet, ao mundo digital, é o fato dela vir descentralizada. Mas o que não se poderia imaginar é que, pelo menos 20 anos depois, esse grande feito que foi a internet vai se configurar no seu contrário. Como Marx já dizia: ‘tudo está impregnado no seu contrário’. E 20 anos depois, hoje pelo menos, esse caráter colaborativo, de democratização de pensamentos, ideias e afins, segue sendo base na internet, que foi criada em cima de um ideal descentralizador. Mas, se antes a gente tinha várias histórias, mundos sendo contados por uma rede, agora esta rede se privatizou. Agora que a rede fica privatizada quem não paga pedágio, e com pedágio há várias coisas, não faz as histórias circularem. Se a gente pensar, por exemplo, até 2010, havia grande aposta em blogs, sites, e o pensamento de pontos horizontais de difusão e informação. Hoje tem as ‘big techs’, que concentraram o poder de comunicação de tal forma, que basta você ter um perfil em uma grande plataforma que o uso e a difusão de um site próprio se torna obsoleto. É mais fácil você entrar no Ifood e pedir sua comida por lá que no site próprio do restaurante ou da quitandinha do seu Zé. A lógica foi virada do avesso e não é mais uma centralização do passado, é uma outra centralização ainda mais poderosa, pois ela vai ditar o que somos digitalmente, o que devemos fazer e se concentra primariamente nos nossos dados pessoais para obter lucro e fazer a roda financeira deles girarem. É uma ‘horizontalidade centralizada’, por mais louco que possa parecer.”
Representação gráfica do aumento lucrativo das big techs na última década.
Deivison introduz neste instante do encontro o conceito de “colonialismo digital”, seu objeto de estudo. O termo, originalmente criado por Michael Kwet, conversa justamente com uma análise acadêmica — e social — sobre o poderio destas big techs. Além de observar a origem desse movimento de supremacia, suas áreas analíticas enxergam os impactos políticos, culturais e sociais dele, não apenas no espaço da internet, claro, mas em todas as manifestações de corridas tecnológicas no mundo.
O acadêmico mostra como tal colonialismo se forma, primeiramente geograficamente, ressaltando como a maioria das empresas com maior poderio tecnológico — e que acabam exercendo imponência financeira, política, cultural e social no mundo — são dos Estados Unidos. Deivison pontua que este patamar de dominação é feito não apenas no conteúdo que tais companhias oferecem, mas na forma de organização e modelos.
Usando parte da teoria de Kwet, o especialista retrata como apesar do colonialismo digital ser ligado aos papéis da internet — e em adição à tecnologia ampla — hoje, anteriormente descritas por Deivison como distintas, ele guarda pontos de intersecção com o colonialismo pré-digital. O teórico ressalta como é justamente nestes tópicos remanescentes que fica claro como a vertente digital não pode ser independente de bases racistas e xenófobicas.
“Há uma diferença entre o colonialismo histórico, dos europeus colonizando terrenos sulamericanos, etc. e o digital, atual. Mas ele [Kwet] enxerga, assim como eu, que o colonialismo contemporâneo preserva elementos do antigo colonialismo. Ele investe em uma negação total da humanidade de certos grupos, pois investe em uma distribuição desigual da violência, própria do capitalismo. Uma das funções do colonialismo é essa distribuição. Não existe capitalismo sem violência, mas ela é desigualmente distribuída. O desenvolvimento tecnológico atual é acompanhado de um termo chamado ‘high-tech, low-life’, uma alta tecnologia que vive com uma baixa condição de vida. Isso é intrínseco. O colonialismo usa isso como condicional à sua existência. Da mesma maneira, como na foto da capa do livro de Kwet, a gente tem um homem branco se utilizando de um notebook enquanto há vários homens no Lago Livu, na República Democrática do Congo, extraindo cobalto nas piores condições para utilizarem nos computadores que estão transmitindo, por exemplo, esta aula. Por mais que hajam pessoas não brancas aqui, este processo é intrínseco ao colonialismo digital e onde ele se opera, em tudo hoje. Não há como analisarmos isso sem nos atermos a esta questão, esse avanço vem às custas de quê e de quem?”
Gráfico mostrando os países, maior penetração de big techs e respectivos lucros. Liderança dos EUA disparada em relação às demais nações.
Em seguida, Deivison mostra um mapa com a distribuição de cabos de telégrafo, a tecnologia comunicativa mais avançada no início do século 20, com a difusão da fibra ótica no mundo atual. Embora seja perceptível a mudança da predominância geográfica — enquanto há mais de cem anos, os ingleses possuíam mais, do modo que hoje os americanos dominam —, a menor participação de países do sul global nesta implementação continua a mesma, ainda que boa parte destas nações e povos constituam a mão de obra que concretiza tais conquistas. “Por mais que o digital redefina as políticas e quem vai dominar geograficamente, não há software sem hardware, e os hardwares são produzidos pelas antigas formas de exploração e ainda dependem das velhas matérias primas obtidas das maneiras mais brutais. No Sul Global. Quem está neste interim é a população muito pobre, negra.”, ressalta.
O acadêmico também complementa um eixo importante, crucial, na análise do colonialismo digital hoje: os datacenters, que nada mais são do que o armazenamento de dados, controlados e acessados por grandes companhias. Elas, claro, se utilizam das mesmas como fonte ativa econômica. Deivison ressalta que dentro desta negociação há o precedente de dominação da nossa vida nas redes, pois além de atuar no controle dos dados pessoais que guardamos nas chamadas “nuvens”, tais big techs em seus aplicativos usam o histórico das ferramentas de buscas, pesquisas e afins para moldar o que os usuários devem ou não ver. E assim, vem junto o mote publicitário, diretamente orientado à personalidade da pessoa, registrada pelos próprios algoritmos dos apps.
O especialista diz como tal acesso aos dados e a fomentação à eles em redes, nas mais diversas frentes, criou, o que ele chama, de “mina de ouro” para tais companhias. Deivison também complementa como as empresas se fortaleceram com esse armazenamento e buscam isso cada vez mais se utilizando de um discurso de incentivo à maior democratização da internet e serviços a áreas, pessoas e grupos menos contemplados social e digitalmente, mas que tal prática é um mero subterfúgio para que as big techs arregimentem mais e mais fluxos de dados e, subsequentemente, lucro.
“Quando vemos manchetes desse tipo, do Elon Musk se reunindo com ministro para pedir ajuda para levar antena satélite para a Amazônia, não é porque ele quer levar acesso à internet a essas populações por puro desejo. É para explorar acesso a dados de populações que ainda não tiveram acesso explorados, para armazenamento e lucro. É quase como falar para uma mineiradora ir a uma região, sendo que estão indo lá para buscar ouro. Na extração de petróleo a mesma coisa, eu vou levar à uma região nunca que é para aumentar o número de petroleiras, mas sim para extrair, buscar riquezas. E se utilizam de uma falsa representatividade com o intuito de fazer a opinião pública e as pessoas ficarem impossíveis de serem contra. Quem vai ser contra levar internet a áreas que não têm? A questão é a gente pensar: o que está por trás disso? E o que definitivamente não está.”
O acadêmico, em seguida, retoma o processo de acumulação de dados como fonte de renda e sua força crucial no colonialismo digital como pauta. Em determinado momento da aula, Deivison detalha o impacto da era “algorítmica” dentro da corrida tecnológica atual. O especialista pontua como hoje, além de sermos reféns de um conteúdo designado para o que somos nas redes pelo próprio algoritmo, o sistema publicitário mundial se alterou, tanto no ponto de vista das empresas visando captar clientes, como na maneira das pessoas acabarem se “vendendo” para conseguirem capitalizar em cima de uma relevância.
“Hoje há também um processo de perfilamento de dados. A criação de perfis nas redes. Criação para além de nós, claro. De utilizar o que nós somos para implementar a agenda dos donos da plataforma. A era dos algoritmos revolucionou muito isso pois além de entregar o conteúdo que ele supõe que nós gostaríamos de ver, o que é uma imposição sobre uma invasão, ele dinamiza as publicidades. Hoje não é como era anos atrás de divulgar meu produto na TV, no intervalo do BBB e esperar para ver quem vai comprar. Com o acesso aos dados os aplicativos e as big techs já otimizam o processo com as marcas, e aí são mil publicidades para mil diferentes pessoas. Então até a publicidade é automatizada para se assemelhar ao que você quer. E isso também tá intrínseco na nossa relação nas redes, de diminuição da entrega de conteúdo de acordo com os seguidores e visualizações que você tem. Então você se sente incentivado a virar um produto para se sentir inteirado, conseguir ser visto pelas pessoas e em um futuro, com a repercussão, se capitalizar. Há uma mudança publicitária como todo nesse sentido, na área por si só quanto em nós nos tornando parte de uma, bem distante do que aqueles teóricos achavam que seria a internet.”
Ele complementa:
“É uma técnica primariamente do Google, de perfilamento de dados para a publicidade. Mas todas as empresas e apps depois vão se especializar nisso, o Facebook, Telegram, TikTok, Amazon. Isso reorganiza toda a arquitetura a forma de organização das plataformas para capturarem mais e mais dados, incluindo aquelas que nem foram planejadas primariamente para isso.”
Deivison aproveita para falar de um outro ponto ligado à relação de colonialismo digital e os dados algorítmicos: o uso deles para perpetuações de poder político e silenciamento social. Em especial, o acadêmico relata o uso das inteligências artificiais (IAs) no uso de práticas como reconhecimento facial como um claro exemplo disto. Citando o trabalho do teórico Tarcízio Silva, que inclusive entrevistamos aqui no site, ele enfatizou também como a iniciativa vem sendo utilizada em conflitos bélicos recentes, claro, contra populações e países vistas como “à margem” da sociedade considerada globalizada — como o povo de Gaza, no conflito contra Israel.
“Existe dentro do estudo de colonização digital o que é a racialização codificada, ou o próprio racismo algorítmico como alguns teóricos e o próprio Tarcízio dizem. É importante vermos ela como parte disso pois o processo de colonização digital parte de uma premissa de dominação direta capitalista. E não há base de sustentação capitalista sem racismo, claro. A tecnologia está pensada para os brancos. Há a questão, claro, da tecnologia de reconhecimento facial, que se utiliza de um fenótipo específico para enquadrar como um fugitivo, procurado da justiça. Esse fenótipo sempre é o não-branco, o banco de dados trabalha nisso. Nos Estados Unidos há o exemplo de uma fila de transplante, que a lista prioritária é enumerada de acordo com as IAs. Se descobriu, depois de uma auditoria, que o algoritmo colocava pessoas brancas em casos menos graves acima de pessoas negras em casos mais graves para receber o transplante. E o transplante, de rim principalmente, você precisa fazer o quanto antes, se não você tem a queda na qualidade de vida e é levado a morte.
Tem o que está acontecendo agora, no genocídio que Israel está promovendo em Gaza. A gente vê a notícia dos prédios que estão sendo bombardeados, que eles utilizam como desculpa acabar com Hamas mas sabemos que é acabar com o povo palestino, um genocídio, e como eles usam a IA em parceria com a Google, para mapear localização, processo de geolocalizaçao de pessoas ‘ligadas’ ao Hamas, que ou moram em uma mesma área, prédio, rua, ou são conhecidas de algum conhecido do grupo e usam como base para bombardear os prédios. Não importa se a pessoa nem do Hamas é, o que importa é ter a localidade para justificar bombardear. ‘Tem um em uma área próxima, mata uns 20 ali perto para ver se é e se não for, deixa para lá’. Ele [algoritmo da inteligência artificial] se liga a uma rede, a IA cria uma ‘árvore’ de suspeitos, baseados nisso, e com esses dados o governo e o exército bombardeam. O que forma essa árvore? a quem interessa formar esse círculo? o que condiciona a isso? Justamente pelo pensamento de que ‘essas pessoas são todas iguais mesmo’, que move a IA do reconhecimento, e outras. E sempre, claro, para manter o poderio dominante. Nunca é próximo a sequer um equilíbrio.”
Deivison complementa:
“Um drone programado por IA é pior do que há muitos anos tinha o Robocop, que era um Android, mas agora é diferente, quando eu uso a inteligência artificial não é mais um Robocop, é um cálculo algoritmico que vai utilizar informações racialmente enviesadas para matar. Escalona da ficção distópica para algo ainda muito pior.”
Já perto do fim da aula, antes da sessão de perguntas promovidas, o especialista ressaltou a importância de analisarmos também todas as problemáticas do colonialismo digital acerca, claro, da área da comunicação jornalística. Sobretudo na decupagem de informações e propriamente na criação de conteúdo, que futuramente pode, se não regulamentado o uso das IAs, acarretar em uma diminuição drástica profissional humana no setor, propriamente falando, e em outras profissões.
Depois, enquanto respondia algumas das perguntas da participativa audiência dos alunos, Deivison deu um recado importante a respeito da temática de forma ampla, sumarizando em muito algumas questões levantadas durante o encontro:
“É muito importante a gente analisar, como falei, que o colonialismo digital de hoje embora opere em outras bases segue preceitos antigos. Não é totalmente descolado do passado, ele se perpetua em diferentes bases. E essas bases são ligadas ao capitalismo, cooptadas por esse modo social. Eu coloco meu trabalho ligado ao Fanon, pois toda tecnologia é saber humano e se ele tiver certo, eu não tenho uma tecnologia propriamente pura capitalista ou comunista, mas sim uma redesenhadas, capturadas para satisfazer o lucro. O que a gente precisa é superar a sociedade de valor e fazer com que essa tecnologia se torne aliada para nós satisfazermos necessidades humanas, antes de tudo. É esse o problema.
Como hackear esta estrutura, invadir essa lógica? É o mais difícil de responder. Defendo que o caminho é uma crítica não teórica, mas aplicável na sociedade em termos de ideias, representações. Uma crítica hacker-fanoniana. Uso o Fanon pois ele achava inútil propriamente voltar ao passado, achava que o ponto era reconhecer o que é o impacto do presente e assim usá-lo para nossas lutas. Ele usava a Argélia como exemplo, de que a França na década de 1950 utilizava o rádio, a tecnologia mais sofisticada da época, para desmobilizar a luta argelina.
Em um primeiro momento os argelinos demonizaram o rádio, falavam que era algo branco, ruim, e que deviam voltar às comunicações ‘ancestrais’. O Fanon aponta como isso é inocente, e a luta ganha um novo salto quando os revolucionários ouvem exatamente o que ele falou e passam a usurpar o rádio e faziam seus programas para promover a luta deles. Ali era o movimento anti-colonial. E isso deu certo, de ele dizer para usar para os próprios fins. Mas usar para os próprios fins é justamente questionar todo o desenho daquela tecnologia, o que ela serve, a quem ela serve e seu intuito. E um caminho é esse. De usar a tecnologia de hoje e questionar isso. Muitos teóricos, vocês fazem isso. Por isso saúdo essa coragem. E é esse o caminho. De usar o que temos hoje e lutar para questionar cada vez mais, e apontar não necessariamente o que a tecnologia é ao nosso ver, mas a quem ela serve e ao que ela é e pode ser. Isso é longo, mas esse processo de mudança já vem acontecendo e essas brechas tão se estendendo. E é esse o caminho de hackear uma estrutura como essa.”
Com um comentário tão exato, não poderia ser outro melhor a resumir tão bem o papel de nós profissionais da comunicação em uma sociedade ultracolonial digitalmente. De continuarmos sempre vigilantes, enfrentativos, pesquisadores e críticos sobre toda a tecnologia e o mundo que nos cerca. Seja no âmbito da nossa própria carreira ou socialmente, de forma geral. Hoje, amanhã e sempre.
A próxima aula do curso (19), contará com a presença do acadêmico, doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia, pesquisador da Unidade de Investigação LabCom – Comunicação e Artes, além de ativo em diversas outras atividades, Paulo Victor. Ele conduzirá o encontro: “Racismo Algorítmico: Tecnologia e Sociedade”.
Na aula, o especialista comentará sobre as ramificações do racismo algorítmico nas tecnologias contemporâneas e exemplificar seus impactos na sociedade. Além disso, mostrará vieses raciais e discriminações perpetuadas pelo mesmo em diversas áreas, como saúde, justiça e emprego. O encontro acontecerá, como de costume, na sexta-feira, às 13:30 da tarde, pelo horário de Brasília, com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube da Extensão UFRJ.