Sucesso de pĂșblico e crĂtica. NĂŁo existe outra forma para definir a primeira edição do prĂȘmio Os +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira
A iniciativa, promovida por este Jornalistas&Cia em parceria com 1 Papo Reto, Neo Mondo e Rede JP de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação, registrou expressiva votação em seus dois turnos, contando com muita campanha e movimentação entre jornalistas e profissionais da comunicação nas redes sociais.

Finalizada a apuração, 60 jornalistas e 11 publicaçÔes foram destacados e serão homenageados na cerimÎnia de premiação marcada para a noite de 13 de novembro, na Unibes Cultural, em São Paulo.
âMais do que uma vitrine, esse prĂȘmio Ă© uma trincheira na luta antirracista e por maior diversidade nas redaçÔes brasileirasâ, ressalta Eduardo Ribeiro, diretor deste Jornalistas&Cia e idealizador da iniciativa.
âSem essa diversidade profissional nĂŁo haverĂĄ diversidade nas pautas, no tipo de cobertura feita, nas fontes ouvidas, nos preconceitos embutidos nas narrativas editoriais e na linguagem adotada. E o prĂȘmio joga luz nesse valoroso grupo de profissionais, que vĂŁo abrindo caminho para que tenhamos a cada dia um avanço no equilĂbrio racial e étnico no jornalismo. Foi com imenso entusiasmo que acompanhamos o engajamento e o nĂvel de participação do mercado na votação dos dois turnos. E o melhor: foram eleitos democraticamente colegas consagrados e outros menos conhecidos do grande pĂșblico, mas com um trabalho de grande relevĂąncia para o jornalismoâ.

No evento de premiação â cuja realização sĂł serĂĄ concretizada graças ao patrocĂnio Ouro de Bayer e Unilever, Bronze de DOW e Latam, aos apoios de Embaixada e Consulados dos Estados Unidos e Unibes Cultural, e aos apoios institucionais de ABI, Conajira/Fenaj e Redemar Brasil â tambĂ©m serĂŁo conhecidos os TOP10 +Admirados Jornalistas, os campeĂ”es regionais de admiração, o campeĂŁo da categoria Imagem Foto/VĂdeo e os campeĂ”es das categorias VeĂculo Geral e VeĂculo Liderado por Jornalistas Negros, alĂ©m das homenagens especiais aos Decana e Decano do Jornalismo â TrofĂ©u Luiz Gama, Revelação do Ano â TrofĂ©u Tim Lopes e Personalidade do Ano â TrofĂ©u GlĂłria Maria.
âA representação justa e precisa de diferentes grupos Ă©tnicos na mĂdia Ă© fundamental para combater o preconceito, a discriminação e a desigualdade, e Ă© atravĂ©s desta inclusĂŁo que vamos proporcionar um
ponto de reconexĂŁo do jornalismo com a sociedade e sua credibilidadeâ, acrescenta Marcelle Chagas, coordenadora da Rede JP. âA Rede de Jornalistas Pretos pela Diversidade na Comunicação Ă© uma das mais fortes expressĂ”es do poder da comunicação nas mudanças sociais e tem desde 2018 proporcionado um impacto significativo inspirando novas açÔes. Acredito que a final do prĂȘmio representa o resultado de um processo de trabalho em rede com jornalistas de todo o PaĂs e de outros paĂses tambĂ©m. Essa conexĂŁo em rede nos confere uma visĂŁo Ășnica e especial sobre o papel do jornalismo na luta pelos direitos humanos atravĂ©s da inclusĂŁo de grupos sub-representados e diversas vozesâ.
SerĂŁo homenageados 52 profissionais na categoria Jornalistas, dos quais 35 mulheres; cinco entre os Profissionais de Imagem; cinco veĂculos na categoria Geral; e outros seis entre as publicaçÔes lideradas por jornalistas negros.

âComo cidadĂŁo e ativista das causas sociais, sinto-me um privilegiado por viver este momentoâ, comemora Rosenildo Ferreira, editor-chefe do 1 Papo Reto. âĂ primeira vista, pode parecer um contrassenso que um prĂȘmio destinado a um recorte racial da sociedade tenha a função de
promover o pluralismo. Mas, em se tratando da complexa sociedade brasileira, Ă© necessĂĄrio ter
atenção aos detalhes.
Especialmente no que se refere Ă invisibilidade a que os integrantes da
comunidade afro-brasileira foram relegados em todas as ĂĄreas. E, como sabemos, esse processo
nunca foi fruto do acaso ou se deu por incompetĂȘncia dos apartados. Foi, isso sim, uma obra
meticulosa, que envolveu o apagamento e a subalternização de corpos e culturas a partir do
uso de polĂticas pĂșblicas e de arranjos sociaisâ.
âA premiação que confirma o trabalho de jornalistas negros e negras em um paĂs onde o racismo estrutural tem raĂzes profundas Ă© muito mais do que apenas uma celebração de conquistas individuaisâ, completa Oscar Lopes Luiz, publisher de Neo Mondo. âEla carrega consigo um significado simbĂłlico que transcende o mundo do jornalismo e alcança o cerne da luta por igualdade e justiça racial. No mundo do jornalismo, a representação Ă© fundamental.

Quando jornalistas negros(as) sĂŁo reconhecidos(as) e premiados(as), eles(as) nĂŁo apenas recebem o reconhecimento que merecem, mas tambĂ©m inspiram outros membros da comunidade negra a seguirem seus passos. Isso cria um cĂrculo virtuoso de empoderamento e encorajamento, mostrando Ă s geraçÔes futuras que Ă© possĂvel superar as barreiras impostas pelo racismo sistĂȘmico e fazer contribuiçÔes significativas para o campoâ.
Ministro Silvio Almeida, autores de estudo sobre negros no jornalismo e jovem revelação do Metrópoles receberão homenagens especiais
A eleição dos +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira contarĂĄ com trĂȘs reconhecimentos especiais concedidos pela ComissĂŁo Organizadora: os trofĂ©us GlĂłria Maria (Personalidade do Ano), Luiz Gama (Decanos do Jornalismo) e Tim Lopes (Revelação do Ano).
Advogado, filósofo, professor e atual ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Luiz de Almeida foi o escolhido para receber o Troféu Glória Maria. Uma das principais vozes brasileiras na defesa de grupos historicamente minorizados, ele serå homenageado por seu destaque na luta democråtica pelas causas sociais e na defesa do povo brasileiro.
Para receber o TrofĂ©u Luiz Gama foram escolhidos dois profissionais com longo histĂłrico de luta pela inclusĂŁo de profissionais negros no jornalismo brasileiro: Flavio Carrança, jornalista que foi um dos criadores da ComissĂŁo de Jornalistas pela Igualdade Racial â Cojira SP, ĂłrgĂŁo do qual foi coordenador por 20 anos; e Rosane da Silva Borges, doutora e mestre em CiĂȘncias da Comunicação pela USP e ex-coordenadora nacional do Centro Nacional de Informação e ReferĂȘncia da Cultura Negra (CNIRC), da Fundação Palmares. Juntos, eles sĂŁo autores da coletĂąnea Espelho Infiel: o negro no jornalismo brasileiro.
A homenagem Revelação do Ano serĂĄ entregue Ă repĂłrter Rebeca Borges, do portal MetrĂłpoles. Brasiliense, formada em Jornalismo pela Universidade de BrasĂlia e pĂłs-graduanda em Jornalismo de Dados pelo IDP, ela tem atuado com excelĂȘncia e relevĂąncia, ganhando com seu trabalho credibilidade e respeito dentro e fora da redação. A maior prova foi a conquista, em 2023, do tradicional PrĂȘmio SIP, um dos mais concorridos do jornalismo nas AmĂ©ricas, pela reportagem Ouro LĂquido: produção de dendĂȘ
explora populaçÔes negras e indĂgenas no Brasil. Pela mesma reportagem ela estĂĄ concorrendo na categoria Produção JornalĂstica em MultimĂdia do PrĂȘmio Vladimir Herzog 2023.
Veja a lista completa: PrĂȘmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira (jornalistasecia.com.br)