ACCRA . Chiagozie Nwonwu, Fauziyya Tukur e Olaronke Alo foram os vencedores deste ano da categoria “Verificação de fatos do ano” por um jornalista ativo na cerimônia do African Fact-Checking Awards em Gana, em 10 de outubro. A inscrição vencedora abordou a controvérsia em torno da elegibilidade de Bola Tinubu, o candidato do partido no poder para a eleição presidencial de 2023 na Nigéria. 

Nwonwu e seus colegas da equipe de desinformação global da BBC examinaram uma alegação da equipe jurídica de um dos principais rivais de Tinubu, Atiku Abubakar, do Partido Democrático Popular, de que Tinubu havia falsificado seu diploma universitário.

A investigação não encontrou nenhuma evidência para apoiar a alegação. 

Nwonwu disse que houve uma reação negativa tanto do governo quanto do público em linhas políticas em resposta às suas descobertas. Isso incluiu petições à BBC e ataques vitriólicos tanto na mídia social quanto na tradicional.

“É importante que os jornalistas saibam que a verificação de fatos nem sempre tem a ver com quando você responsabiliza o governo, mas também com quando você diz a verdade, porque é apenas a verdade”, disse Nwonwu ao receber seu prêmio.

“Não temos a obrigação de excitar ou distorcer, temos a obrigação de apenas dizer a verdade.”   

O trabalho de Ousmane Mamoudou para o Studio Kalangou do Níger , investigando a precisão das alegações sobre as capacidades militares do exército do Níger e o apoio russo, ficou em segundo lugar nesta categoria.

Vencedor da categoria de verificador de fatos profissional

Adnan Sidibe foi o vencedor na categoria de verificador de fatos profissional. Seu fact-checking focou no impacto da crise climática nas mulheres  e levou o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento a retirar de suas publicações online uma estatística muito citada de que “ 80% dos afetados pela crise climática são mulheres”.

Sidibe é um pesquisador da FasoCheck em Burkina Faso. “Uma melhor compreensão do impacto das mudanças climáticas nas mulheres permitirá que políticas sejam desenvolvidas e ações sejam tomadas que sejam genuinamente adaptadas às suas necessidades”, ele disse em sua entrada.

Sidibe disse que os prêmios representam “ o auge da verificação de fatos na África” e dão visibilidade e valor ao jornalismo de verificação de fatos.

 Simbiat Bakare, do Dubawa da Nigéria, e James Okong’o, da AFP, foram os segundos colocados. O trabalho deles se concentrou em um vigarista de mídia social fingindo estar doente para enganar mulheres e nas alegações prejudiciais de um médico antivacina queniano , respectivamente. 

Vencedor da categoria Estudante

A vencedora na categoria de jornalista estudantil foi Rita Enemuru, da Nigéria. Uma estudante da Universidade de Oyo, Enemuru verificou fatos de alegações generalizadas sobre testes de DNA obrigatórios para recém-nascidos.

A equipe da Universidade de Maurício composta por Caulleechurn Diksha, Deenoo Mansha, Kishto Preetish e Lallmamode Lloyd ficou em segundo lugar nesta categoria.

A verificação detalhada dos fatos avaliou as alegações feitas durante a campanha eleitoral sobre o custo de vida no país insular antes das eleições gerais de novembro de 2024.  

A cerimônia de premiação fez parte do Africa Facts Summit, organizado pela Africa Check , que reuniu 200 participantes de organizações de verificação de fatos, academia e gigantes da tecnologia.

Verificadores de fatos emitem declaração

A cúpula anual aborda questões emergentes, como inteligência artificial, sistemas de crenças em desinformação e o futuro da verificação de fatos no continente.

A reunião também emitiu uma declaração na qual os verificadores de fatos do continente destacaram os danos das informações falsas e os desafios da verificação de fatos em um ambiente onde a maioria das pessoas tem acesso limitado à internet e a informações confiáveis. 

Eles resolveram colaborar mais para interromper informações prejudiciais, envolver parceiros, plataformas tecnológicas e governos em soluções baseadas em IA, melhorar a alfabetização digital e construir sistemas para fortalecer a resiliência e a integridade das informações na África.  

Para qualquer dúvida, entre em contato com a Africa Check em afsummit@africacheck.org

Texto Africa Check