Em um dos dias de eleição mais controversos da história dos Estados Unidos, o Conselho de Administração da International Women’s Media Foundation (IWMF) fez um apelo à nação e ao mundo nesta terça-feira (5). Em comunicado oficial, a instituição pede por proteção irrestrita ao Quarto Poder e frisa a defesa pelo direito constitucional à liberdade de imprensa, em especial de gênero, nos próximos dias.
O posicionamento vem em um instante crucial para além do espectro eleitoral americano. A retórica extremista em toda a política é global, e no berço de uma das maiores nações do mundo, a atenção ao combate desta violência deve ser redobrada. Especialmente entre jornalistas mulheres. Para se ter uma ideia, em pesquisa recente da IWMF, 36% das entrevistadas relataram terem sido ameaçadas ou vivenciado violência física enquanto trabalhavam. Grande parte dela ocorreu em comícios, protestos ou tumultos políticos.
Outros dados são igualmente alarmantes e irrestritos à política. Enquanto 33% das entrevistadas relataram ter sido ameaçadas ou sofrido violência digital enquanto trabalhavam como jornalistas, outras 28% revelaram sofrer ameaças legais enquanto estavam em ambiente profissional. Por fim, assédio e violência sexual foram denunciados por 24% e 6% das comunicadoras, respectivamente.
A intenção de silenciar e desmoralizar jornalistas não pode se tornar a norma nos Estados Unidos e no resto do mundo. A imprensa desempenha um papel vital na garantia da democracia, garantindo que a verdade seja dita e que os Poderes sejam responsabilizados pelo que fazem. Principalmente a feminina, que naturalmente já tem a imposição de gênero como fator dificultador de legitimidade em seu trabalho.
A segurança das profissionais de imprensa, inegociável, é a seguridade dos direitos da população. Seja sobre solo americano como em qualquer outro país. E que possamos construir um futuro menos hostil e proporcionalmente mais respeitoso ao jornalismo, principalmente em diversidade de gênero.
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