Considerando constantes mudanças na comunicação mundial, a Rede Jornalistas Pretos compilou alguns tópicos importantes nos quais jornalistas e profissionais da comunicação devem se inteirar na tecnologia de tempos próximos
Não é de hoje que as inovações da tecnologia são parte não apenas da sociedade, mas do jornalismo e da comunicação — seja ela nos mais distintos meios. Também é inegável que as tendências, ligadas muito ao meio digital, vêm ganhando cada vez mais protagonismo na busca de um forte dinamismo dentro das redações e para utilização eficiente de ferramentas comunicativas.
A adaptação, para grande parte dos casos, não se torna apenas um método de aprimoramento profissional mas, quiçá, de sobrevivência. Baseando-se nisso, a Rede Jornalistas Pretos pela Comunicação, se utilizando de fontes internacionais de pesquisa, difundida em distintos meios especializados na comunicação tecnológica, trouxe tópicos nos quais estas tendências e cuidados devem estar aos olhos dos jornalistas e comunicólogos mundo afora.
Além da lista em si, que envolvem cinco temas, também procuramos dar um breve contexto que ferramentas cujas utilizações garantem efetividade nas funções recomendadas.
Algumas das principais tendências são:
Personalização e Engajamento
Em uma era forte de difusão das redes sociais, criar uma editoria em um veículo comunicativo marcante é primordial. Com a chamada “verticalização” da audiência, há a pulverização de público. Com essa distribuição, recomenda-se uma personalização forte dos sites, meios, páginas e produtos por parte dos profissionais que nele trabalham a fim de conquistar uma linguagem própria, diferenciada dos outros produtores em um mesmo nicho.
Além disso, o engajamento em torno deste produtor e profissional pelo público é necessário. O uso de inteligência artificial (IA) e análises avançadas estão permitindo que jornalistas criem conteúdo altamente personalizado, alinhado aos interesses específicos dos leitores em editorias e algoritmos. Ferramentas de engajamento, como a produção de conteúdo imersivo e interativo, estão se tornando essenciais e tecnologias como a realidade aumentada (AR) e virtual (VR) para proporcionar experiências mais envolventes e atrair audiências diversificadas e fiéis ao conteúdo estão fartamente sendo implantadas. Definitivamente temos uma forte tendência para os próximos anos e um tópico focal.
Independência e Monetização Direta
Se você é parte ou produz um veículo independente, as finanças e sustentabilidade financeira são mais que um tópico mero de atenção, mas sim de fundamentalidade do que você produz. Dado o “boom” dos sites e produções jornalísticas empresarias ou institucionais próprios, o assunto é importante mais do que nunca hoje. E que crescerá nos próximos anos.
Meios de impulsionamento são pesquisados por profissionais como garantistas destes direitos financeiros. Plataformas como Substack e Patreon estão entre as mais quistas para ascensão de jornalistas independentes, que podem monetizar diretamente suas audiências sem depender do patrocínio ou da prestação de serviços à grandes conglomerados de mídia. Isso permite que eles criem comunidades fiéis ao redor de nichos específicos e fortaleçam a conexão direta com os leitores, que apoiam financeiramente o trabalho de forma voluntária.
Combate à Desinformação
Não é novidade para ninguém que com a crescente preocupação sobre fake news, veículos de mídia estão investindo em novas ferramentas de verificação de fatos e colaborando em iniciativas globais para melhorar a credibilidade das informações. A desinformação continua a ser um desafio, mas tecnologias como análise de conteúdo e autenticação digital prometem ajudar a mitigar esses problemas.
A criação de seções automatizadas em próprios veículos independentes para denúncias de fake news vêm também sendo uma ferramenta importante de não apenas o combate à desinformação, mas da participação do leitor na determinante forma de mitigação de mentiras disfarçadas de notícia.
Automação e Jornalismo Assistido
O uso de IA para automatizar tarefas repetitivas, como a diminuição ou exclusão de repetição de palavras, resumos de grandes conjuntos de dados e afins está permitindo que os jornalistas se concentrem em atividades mais estratégicas, investigativas e criativas.
A assistência vem em um momento em que muitos são céticos a utilização de Inteligência Artificial, mas ela fornece dinamicidade a pormenores ‘técnicos’, não ligados à informação generativa, claro — isto é, a apuração da checagem dos fatos —, mas sim à formatações de matéria, que muitas das vezes são mais minuciosas na feitura de uma redação jornalística. Essa automação ajuda na produção de conteúdo mais rápido e eficiente para ser publicado, o que em uma era onde tempo é atenção e atenção é dinheiro, vale demais.
Jornalismo de Dados Imersivos
O jornalismo de dados continua a crescer, com tecnologias que facilitam a análise de grandes quantidades de informações, tornando-as acessíveis ao público em formatos visuais e interativos. O uso de scrollytelling, vídeo e áudio curtos, e o conteúdo gerado pelo usuário (UGC) também estão em alta para criar histórias que conectam emocionalmente com o público.
A importância do tópico coroa a lista de tendências, haja vista a fragilidade que a efemeridade impõe nas notícias e conteúdos das redes atualmente. A prática vem em um instante onde sob a égide tecnológica, podemos tornar as informações mais completas, dinâmicas e com maior número de imersão em repertório e de dados evidenciais possíveis, algo que muita das vezes não é adotado, mas que profissionais do jornalismo analítico vêem como a “tábua da salvação” da área no mundo de hoje.
Todas essas tendências indicam que o futuro do jornalismo estará cada vez mais voltado para a adaptação às demandas do ambiente digital, com foco na personalização e na construção de confiança entre os jornalistas e suas audiências. Estar atento a essas características é não apenas, como frisamos, se mostrar atualizado, mas poder acompanhar e tornar a prática de se fazer notícia, analisar dados e mostrar evidências atualizada e mais e mais em cornucópia com seu público.
Pauta e argumento: Marcelle Chagas; edição e finalização do texto e matéria: Kelvyn Araujo
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