*Sandra Roza
Será que os problemas da sua organização são complexos e difíceis demais ou está faltando diversidade na sua empresa? Será que há pessoas que, na maioria das vezes, possuem perspectivas de mundo diferentes e inovadoras? Pessoas que conseguem ter uma visão 360° da vida e aplicam seus conhecimentos, vivências e experiência com genialidade, criatividade e simplicidade?
Bom, trabalhando há mais de 6 anos com Comunicação, percebo o quanto nada é complexo ou impossível de resolver. Muitas vezes, falta mesmo é a diversidade e a inclusão dessa diversidade nas salas de reuniões, fazendo os planejamentos estratégicos, liderando equipes e projetos, trazendo a criatividade e inovação. E é incrível quando isso acontece, porque a solução para muitos desafios, considerados complexos, se torna simples.
Por outro lado, quando a Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) não fazem parte da cultura organizacional, a inovação é menor, há mais gastos tempo e dinheiro e processos burocráticos. Sabe quando há uma reunião e todas as pessoas na sala sugerem ideias semelhantes? Possuem vivências, trajetórias, escolaridade e classe social similares? O potencial criativo, empreendedor e a lucratividade da instituição ficam mais baixos.
De acordo com a McKinsey & Company (2020), organizações com políticas de diversidade racial possuem 35% a mais de chances de rendimento acima do mercado. Se a empresa também investe na diversidade de gênero, ela tem 15% a mais de chances de obter lucros acima da média.
Além disso, no caso do Brasil, é válido destacar também que, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos anos 2021 a 2023, a população brasileira é composta, em sua maioria, por: 56% de pessoas negras e 51% de mulheres (sendo 28% mulheres negras). Marcas que querem atingir esses públicos, com produtos ou serviços, precisam ouvir e se comunicar com eles, de forma efetiva.
Mas, antes disso, é preciso que elas invistam também na contratação delas, assim como outras de grupos minorizados, em diferentes áreas e posições, principalmente em cargos de liderança. Também com possibilidade de desenvolvimento, crescimento de carreira e valorização desses profissionais, uma vez que esses dados mostram como pessoas diversas trazem novas perspectivas de negócios e conhecimentos únicos para as organizações, com suas experiências, formações, trajetórias, habilidades técnicas e emocionais, por exemplo.
Por fim, uma instituição sempre perde quando cria barreiras internas ou externas para a DEI. Seja perda de valor no mercado, lucro, tempo, competitividade, novas ideias e aplicações e soluções para resolução de problemas, considerados complexos.
*Sandra Roza
Coordenadora de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) e Relacionamento Institucional (RI) na Rede de Jornalistas Pretos pela Diversidade na Comunicação (Rede JP), Mestra em Comunicação (UFOP), Jornalista (UFOP) e Especialista em Comunicação Estratégica na Sociedade 5.0 (HSM University).
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