Nos últimos tempos, as empresas têm investido em vagas afirmativas e inclusivas/exclusivas cada vez mais, visando oportunizar e recrutar profissionais diversos. Todavia, muitas empresas encontram dificuldades na hora de organizar esse processo e, muitas vezes, não estão preparadas para receber as pessoas, sendo, inclusive, necessário um treinamento e especialistas capacitados para conduzir a ação.
As vagas de ações afirmativas são definidas como um tipo de política que as empresas podem adotar para garantir a equidade de oportunidades no local de trabalho e, com isso, apoiar a diversidade e inclusão internamente. São vagas de trabalho destinadas exclusivamente a grupos marginalizados pelos grupos centralizados da sociedade que tendem a sofrer discriminação no mercado de trabalho, como pessoas pretas e indígenas; pessoas da comunidade LGBTQIAP+; pessoas com deficiência (PcD); pessoas com mais de 40 anos; e mulheres.
Para a Head de Diversidade, Equidade e Inclusão Jenifer Zveiter, hoje é fundamental que as empresas do século XXI se atentem à necessidade de vagas afirmativas e inclusivas/exclusivas, pois isso só favorece e agrega valor para a empresa. “Há muitas pesquisas que comprovam que empresas mais diversas tendem a obter melhores resultados, reconhecimento social, bem como, são ambientes tidos como mais saudáveis e agradáveis para o trabalho em equipe. A política interna de vagas afirmativas é imprescindível para quem deseja fazer contratações assertivas e acompanhar as tendências do ambiente corporativo”, avalia.
Entre 2020 e 2021, a divulgação de vagas afirmativas cresceu 56%, conforme levantamento realizado pelo site Vagas.com, reforçando que a abertura de oportunidades de emprego destinadas a grupos historicamente minorizados é uma estratégia fundamental para o alcance da diversidade nas empresas. A inserção da diversidade nas organizações é apoiada, inclusive, pela Constituição Federal de 1988, pelo Estatuto da Igualdade Racial e pelo Decreto 9.571/18, que incentiva a responsabilidade social por parte das empresas, com o objetivo de combater as desigualdades.
Cinco passos para a criação de vagas afirmativas
Mas como colocar em prática o processo de recrutamento para vagas afirmativas e inclusivas/exclusivas? Bom, como já dito, a ação é uma política que deve ser implementada internamente pela empresa, antes de tudo. Vamos aos cinco passos para simplificar e facilitar o processo:
- Foque nas responsabilidades reais da função;
- Use linguagem inclusiva na descrição da vaga;
- Realize uma triagem baseada em pontos específicos;
- Preste atenção em perguntas que podem ser consideradas discriminatórias e evite-as;
- E lembre-se: a seleção para estas vagas devem seguir as estratégias de recrutamento padrão, sem perder o sentido do processo.
Dados recentes e importantes a considerar
- Conforme levantamento do último censo realizado pelo IBGE, PcDs ocupam apenas 1% das vagas de emprego formal no Brasil;
- Homens negros e mulheres negras ainda são minoria em cargos de liderança no país, ocupando menos de 3% das posições de diretoria ou gerência;
- A cada 100 empregos com salário mensal superior a 20 salários mínimos, apenas 30 são ocupados por mulheres;
- De acordo com a Associação Nacional de Travestis Transexuais (Antra), apenas 4% das pessoas trans têm emprego formal.
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