Promovido pelo Clube de Imprensa Internacional e a Associação de Correspondentes da Imprensa Estrangeira, o prêmio celebra os profissionais e instituições jornalísticas que fazem do jornalismo uma atividade necessária e destacada pelo serviço e qualidade. Ataques à liberdade de expressão, seja por censura ou por precariedade na prática profissional, não são novos e são frequentemente relatados. O objetivo da premiação é apresentar ao mundo a imagem do que está acontecendo na Espanha, e favorecer o trabalho dos profissionais estrangeiros.
A cerimônia de premiação aconteceu no International Press Awards, em Madri, com a presença de autoridades, jornalistas e empresários na noite do dia 22 de setembro nos jardins do El Retiro. Abuy Nfubea é Presidente da Associação da Imprensa Africana, do qual a Rede de Jornalistas Pretos do Brasil/Rede JP também faz parte, e do Prêmio Internacional de jornalismo. De acordo com Abuy, o prêmio é muito importante porque de alguma forma vai civilizar a história e a contribuição dos negros na Espanha há mais de 700 anos. ” O filme que foi premiado na categoria “voces de África” é sobre isso, a contribuição dos negros na Espanha. A importância da existência da associação africana e dos jornalistas negros porque é o instrumento através do qual podemos visualizar e reconhecer a contribuição da imprensa e acima de tudo a narrativa com foco afro que é a que premiamos e o júri levou em consideração neste trabalho.”, destaca.
O jornalista Antonio Palacios Rojo, foi laureado na categoria “voces de África “pela direção do longa-metragem documentário Los Negros (2022), lançado nos cinemas em toda a Espanha e financiado pelo Canal Sur e pela Junta de Andaluzia. O jornalista graduou-se na Faculdade de Comunicação de Sevilha em 1995. Em 1997, recebeu uma bolsa da Junta de Andaluzia para fazer um curso de direção de cinema no Libera Universitá del Cinema di Roma, fundado por Cesare Zavattini. Além disso, dirigiu vários curtas-metragens premiados, como Salas S.A.L. (2011), que foi exibido na Filmoteca de Catalunya, na Film Society of Lincoln Center em Nova York e no Harmony Gold Theatre em Los Angeles.
“Atribuímos o prémio de 2022 na categoria de “voces de África” ao realizador sevilhano Antonio Palacios pela sua obra “Los Negros” por se tratar de uma obra que faz referência ao aniversário da irmandade dos negros de Sevilha. O filme incluiu um elenco de atores de prestígio como Jimmy Roca ou Kwame Ondo”, ressalta Abuy.
Ainda de acordo com o profissional, a African Press Association é também uma iniciativa muito independente e autônoma que é apoiada por membros e simpatizantes que doam donativos para tal projeto desde o primeiro congresso em 2015. “Também premiamos o Cinema, até que não sejam africanos ou não sejam negros, mas representem um tema em torno do afrocentrismo e do panafricanismo e, neste caso, como foi o caso de Palacios, o diretor de cinema que fez um filme com o qual a comunidade negra na Espanha significa muito e o júri valorizou a qualidade do documentário, bem como as enormes contribuições da memória histórica afro-espanhola e valores de solidariedade com a negritude, hispanidade e reparação.”, finaliza.
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