Autor: Aline Araújo
A Rede JP de Jornalistas pela Diversidade esta semana conversa com Emmanuel Mayega, Coordenador do Caucus Jornalistas pela França, sobre a realidade da profissão e também sobre o mercado de jornalistas negros da diáspora na França.
Emmanuel Mayega é um jornalista francês nascido nos Camarões, onde cresceu e fez os primeiros estudos. Ingressou na França há quase 40 anos, onde estudou jornalismo e diplomacia e atualmente é editor-chefe da revista e do site Assurance & Banque 2.0 .
Segundo Mayega, a importância do jornalismo nas mudanças ao redor do mundo pode ser evidenciada com as mudanças ocorridas recentemente como a queda do Muro de Berlim e suas consequências (fim do equilíbrio) do terror, multiplicação de riscos descontrolados, chegada de atores descontrolados como Donald Trump, a chegada das redes sociais, por exemplo, que multiplicam as fontes de Fake News e a necessidade de dominar bem a informação.
“Toda essa nova situação parece enfraquecer o jornalista, mas, graças ao seu conhecimento, ele se torna mais legítimo”.
A França proibiu recentemente imagens de policiais em ação e esta situação pode prejudicar o trabalho do jornalista, de acordo com o jornalista francês. Ele explica que para ele o jornalismo sem imagens é como dar poder às forças da lei e da ordem que estão prontas para transformar um estado em um estado policial.
“Vimos os excessos de tal estado no mundo, principalmente em se esforçar para esmagar os mais fracos, inclusive por definição, a Comunidade Negra. Revelar abusos do funcionamento da justiça é um dos principais papéis da imprensa, ou seja, dificultar essa função do jornalismo seria prejudicá-lo, como é este caso da França”.
Sobre o mercado de trabalho para jornalista negro e jornalista da diáspora africana na França, Mayega diz que é um mercado muito difícil porque a prioridade é dada aos nacionais.
“Oficialmente, não há dificuldade de integração se a pessoa tem papéis em dia e se tem competências. Na realidade, não mais do que em qualquer outro país europeu, o negro tem seu lugar no trabalho degradante. Alguns, como eu, escapam a essa regra, uma exceção, na verdade. Os negros intervêm quando há uma evidente falta de mão de obra. Um exemplo: na televisão, são poucos os negros e quando são levados é para respeitar as cotas e o politicamente correto”- explica o jornalista.
Como jornalista da Diáspora Africana, Mayega acredita que deve ser rápido para transmitir as forças e capacidades da população negra que se destaca interna e externamente; e também incentivar jornalistas, afrodescendentes ou não, a destacar o patrimônio da diáspora em todas as áreas da vida para melhorar a divulgação de informações dos negros. E ainda que os jornalistas no Brasil possam contribuir para isso usando como exemplo o conteúdo do futebol.
“O Brasil continua sendo um exemplo para os africanos no campo do futebol. Seus renomados jornalistas deveriam usá-lo para resgatar a imagem dos afrodescendentes dentro e fora do futebol”.
Emmanuel Mayega
[English]
The JP Journalists for Diversity Network this week talks with Emmanuel Mayega, Coordinator of Caucus Journalists for France, about the reality of the profession and also about the market for black diaspora journalists in France.
Emmanuel Mayega is a french journalist that was born in Cameroon, where he grew up and did a first part of his studies. He only joined France almost 40 years ago where he studied Journalism and Diplomacy and currently he is editor-in-chief of the magazine and website Assurance & banque 2.0 .
According to Mayega, the importance of journalism in the changes around the world can be showen with the changes that have taken place recently like the fall of the Berlin Wall and its consequences (end of the balance] of terror, multiplication of uncontrolled risks, arrival of uncontrolled actors like Donald Trump, the arrival of social media that multiply the sources of Fake News, the need to master information well.
“All this new situation seems to weaken the journalist but, thanks to his knowledge, he becomes more legitimate”.
France has recently banned images of police in action and this situation can harm the Journalist’s work, according to the frech journalist. He explains that, for him, Journalism without images is like giving power to the forces of law and order who are ready to transform a state into a police state.
“We have seen the excesses of such a state in the world, especially its arloading to crush the weakest, including by definition, the Blacks Community. Revealing abuses of the functioning of justice is one of the main role of the press. In other words, to hinder this function of journalism would be to handicap it, as this case in France”.
About the job market for black journalist and journalist from the African Diaspora in France, Mayega says that it’s a very difficult market because priority is given to nationals.
“Officially, there ins’t any difficulty in integrating, if a person has papers up-todate and if is competent. In reality, no more than in any other European country, Black People have their place only in degrading work. Admittedly, some, like me, escape this rule. An exception in fact. Blacks intervene when there is a clear shortage of labour. An example: on television, there are very few blacks and when they are taken, it is to respect the quotas and the politically correct” – explain the journalist.
As a journalist from the African Diaspora, he believes that he must be quick to relay the strengths and capacities of black population that stands out internally and externally; encourage journalists, that are Afro-descendants journalists or not, to highlight the assets of the diaspora in all areas of life to improve the dissemination of black people’s information. Even though, journalists in Brazil can contribute to this using like a exemple the content of footbal.
“Brazil remains an example for Africans in the field of soccer. The brazilian reputable journalists should use it to restore the image of Afro-descendants in and outside soccer”.
[Français]
Le reseau JP Journalists for Diversity s’entretient cette semaine avec Emmanuel Mayega, coordinateur du Caucus Journalists for France, sur la réalité de la profession et aussi sur le marché des journalistes de la diaspora noire en France.
Emmanuel Mayega est un journaliste français né au Cameroun, où il a grandi et fait une première partie de ses études. Il n’a rejoint la France qu’il y a près de 40 ans où il a étudié le journalisme et la diplomatie et actuellement Il est rédacteur en chef du magazine et site web Assurance & banque 2.0 .
Selon Mayega, l’importance du journalisme dans les changements à travers le monde peut être démontrée avec les changements survenus récemment comme la chute du mur de Berlin et ses conséquences (fin de l’équilibre) de la terreur, multiplication des risques incontrôlés, arrivée d’acteurs incontrôlés comme Donald Trump, l’arrivée des réseaux sociaux qui multiplient les sources de facke News, la nécessité de bien maîtriser l’information.
“Toute cette nouvelle situation semble fragiliser le journaliste mais, grâce à ses connaissances, il devient plus légitime”.
La France a récemment interdit les images de policiers en action et cette situation peut nuire au travail du journaliste, selon le journaliste français. Il explique que, pour lui, le journalisme sans images c’est comme donner du pouvoir aux forces de l’ordre qui sont prêtes à transformer un État en État policier.
“On a vu les dérives d’un tel Etat dans le monde, notamment son arloading pour écraser les plus faibles, y compris par définition, la communauté des Noirs. Révéler les abus du fonctionnement de la justice est l’un des rôles principaux de la presse. Autrement dit , entraver cette fonction du journalisme serait la handicaper, comme ce cas en France”.
A propos du marché du travail pour journaliste noir et journaliste de la diaspora africaine en France, Mayega dit que c’est un marché très difficile car la priorité est donnée aux nationaux.
“Officiellement, il n’y a aucune difficulté à s’intégrer si une personne a des papiers à jour et s’il est compétent. En réalité, pas plus que dans tout autre pays européen, les Noirs n’ont leur place que dans les travaux dégradants. Certes, certains, comme moi, échappent à cette règle.Une exception en fait.
Les Noirs interviennent lorsqu’il y a un manque évident de main-d’œuvre. Un exemple : à la télévision, il y a très peu de noirs et quand ils sont pris, c’est pour respecter les quotas et le politiquement correct” – explique le journaliste.
En tant que journaliste de la diaspora africaine, il estime qu’il doit être prompt à relayer les forces et capacités de la population noire qui se démarque en interne et en externe ; encourager les journalistes afro-descendants ou non à mettre en avant les atouts de la diaspora dans tous les domaines de la vie pour améliorer la diffusion de l’information des personnes noires.
Et même si les journalistes au Brésil peuvent y contribuer en utilisant comme exemple le contenu du football.
“Le Brésil reste un exemple pour les Africains dans le domaine du football. Ses journalistes réputés devraient l’utiliser pour redorer le blason des Afro-descendants dans et en dehors du football”.
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